Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
“Tal pai, tal filho”: até que ponto isso pode ser verdade, sobretudo, na política paulinense?

Última atualização em 9 de junho de 2013

Em pouco mais de um mês ele substituiu o pai “ficha suja” (dia 06 de outubro), foi eleito Prefeito (dia 7 de outubro), impugnado pela Justiça Eleitoral (dia 26 de outubro) e teve os seus votos anulados (dia 09 de novembro). Tudo isso, sem ser político e muito menos ter feito campanha eleitoral própria.  Com 36 anos de idade, completados dia 21 de janeiro passado, o empresário e arquiteto de formação Edson Moura Junior está prestes a herdar de seu pai, Edson Moura, o Projeto “Cidade Feliz”, criado quando ele era apenas um adolescente de 16 anos. Não será nada fácil, pois a busca do pai ex-prefeito pela “felicidade” de Paulinia, com o tempo, foi desacelerando e entrando no ritmo de uma “corrida de saco”, brincadeira antiga que ainda hoje encanta. Mas isso é outro assunto. 
Filho de Ivonete Pietrobom, a primeira esposa de Moura, Moura Junior sempre foi uma figura reservada, avessa aos holofotes sociais e políticos. Raramente aparecia em público com o Pai Prefeito e nunca foi um frequentador assíduo da Prefeitura – era raro vê-lo por lá. Nos últimos anos, o ex- primeiro-filho preferiu viver distante de Paulinia, morando em Campinas ou administrando os negócios que mantém em sociedade com o pai, em outros municípios paulistas e também fora do Estado. 
Porém, convocado para ser “reserva” do pai na disputa pela Prefeitura Municipal do ano passado, Moura Junior não somente assumiu a vaga de titular na véspera da eleição, como virou celebridade política e até a “segunda maior liderança política do município”, segundo um jornal aliado. Mas, assim como no mundo dos famosos, na política a fama também tem seu preço. 

 

Antes mesmo de ter a candidatura oficializada pelo TSE, dia 23 passado, Moura Junior foi envolvido no maior escândalo de compra de votos da história política paulinense.  Um verdadeiro “arrastão”, como bem definiu a reportagem do G1. A compra de voto, classificada de captação ilícita de sufrágio pela Lei Eleitoral Brasileira, todo mundo sabe que existe, tanto que é um dos crimes mais apurados pela Justiça Eleitoral. Agora, flagrantes de alguém praticando este tipo de crime, como o que foi registrado em Paulínia é uma raridade.
Numa das  vezes que acompanhou o então candidato titular da Coligação “Sorria Paulínia”, na campanha do ano passado,  Moura Junior foi filmado junto com o pai distribuindo dinheiro para eleitores no bairro Bom Retiro. A gravação, de autoria ainda desconhecida, caiu no YouTube e é um dos vídeos locais mais acessados pela rede  – mais de 50 mil visualizações, até hoje.  Da internet, direto para a Justiça Eleitoral. 
O Ministério Público Eleitoral de Paulínia denunciou Edson Moura Junior, o Vice dele Bonavita e o pai Edson Moura por captação ilícita de sufrágio. Foi a segunda “première triunfal” de Moura Junior na política. A filmagem já passou por algumas pericias e todos os laudos apontam a autenticidade das imagens. Agora, que está prestes a ser diplomado e empossado no Executivo Municipal, Moura Junior corre dois riscos: o de não assumir o cargo ou permanecer nele por muito pouco tempo.  Entretanto, caso tenha o pai como espelho, também no âmbito judicial, ele não tem nada que se preocupar com isso. É só recorrer à velha tática de dizer à população que tudo não passa de perseguição dos adversários políticos e seguir administrando “sub judice” (respondendo na Justiça). Simples! 
Quanto à Paulínia, só resta esperar o desenrolar dos fatos e, sobretudo, conferir até que ponto, neste caso, o dito popular “Tal Pai, Tal Filho” terá absoluta razão.  

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