Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
Segundo VEJA, juíza se disse “enganada pela Polícia Civil e mandou devolver objetos apreendidos na casa do filho de Lula

Última atualização em 14 de outubro de 2017

A  edição 2552 da revista VEJA, que chegará às bancas nesta quarta-feira (18), traz uma matéria sobre a busca e apreensão na casa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotivo do ex-presidente Lula. A VEJA.com também publicou a polêmica ontem (13). Considerada abusiva, a operação aconteceu na terça-feira (10) e resultou na apreensão de um computador, dois notebooks, um HD, DVD’s, CD’s e disquetes, pertencentes ao psicólogo, filho do primeiro casamento da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro deste ano.
Segundo VEJA, a juíza Marta Brandão Pistelli, que autorizou a busca e apreensão na residência do filho de Lula, localizada no bairro Morumbi, em Paulínia, determinou a devolução dos objetos apreendidos pelos policiais e se disse “enganada” por eles.  Ainda segundo a revista, a magistrada  afirmou que “o pedido de busca (feito pela Polícia Civil de Paulínia) não identificava o morador da residência e que autorizara que a polícia visitasse apenas um local, e não dois”, como aconteceu.
A matéria diz também que o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa,  afastou o delegado titular de Paulínia Rodrigo Luis Galazzo, o qual, segundo a VEJA, “responderá a um procedimento que dirá se ele agiu com motivação política ou foi simplesmente incompetente”. A reportagem termina analisando que, “se a primeira hipótese (motivação política) se provar verdadeira, Galazzo terá dado um tiro no pé, já que ninguém achou mais graça na operação abusiva do que a defesa do ex-presidente Lula”.
Outro lado
Neste sábado (14), o Correio procurou o delegado Rodrigo Luis Galazzo para comentar a matéria da revista VEJA.  Primeiro, Galazzo  reafirmou não ter sido afastado do cargo pelo Secretário Estadual de Segurança Pública. “Segunda-feira estarei trabalhando na delegacia, normalmente”, disse ele. Na quarta-feira (11), o delegado já havia negado, ao Correio, o suposto afastamento dele de suas funções policiais, por conta da operação mal sucedida, já que nada (drogas ou armas) foi encontrado na casa do filho do ex-presidente Lula. 
Sobre o fato de a juíza Marta Brandão Pistelli ter declarado, segundo a revista VEJA, que o pedido de busca feito por ele contemplava apenas um endereço, e não dois, Galazzo afirmou o contrário. “O mandado autorizava, sim, busca e apreensão nos dois endereços que visitamos”, disse ele.  O delegado sugeriu que o Correio solicitasse cópia do documento a um investigador que participou diretamente da operação na casa do filho de Lula. Procuramos pelo policial na delegacia, mas fomos informados que ele não trabalha nos fins de semana.
Questionado sobre a afirmação da juíza Marta, atribuída a ela pela VEJA, de que o “pedido de busca não identificava o morador da residência”, ou seja, que tratava-se de Marcos Cláudio Lula da Silva, Galazzo disse não se lembrar. “Não me lembro. Neste momento, não estou com o documento em mãos para dizer se identificava ou não”. Ele não quis comentar o trecho da matéria no qual, segundo a VEJA, a magistrada se disse “enganada” pelos policiais da Civil de Paulínia, incluindo o próprio Galazzo.
Sobre o possível procedimento administrativo contra ele, o delegado de Paulínia disse que, se aberto for, tomará todas as medidas judiciais cabíveis para “trancá-lo”, pois não há legalidade para isso. “Não existe motivação política, pois não sou filiado a nenhum partido político. Apenas cumprimos um mandado judicial, assim como sempre fazemos, independentemente de quem seja, pois, pela Constituição Federal todos são iguais perante a lei”, disse ele. 
O delegado negou ter ido pessoalmente à casa do filho de Lula, mas assumiu a responsabilidade por toda a operação. “Por determinação minha, o doutor Carlos (Carlos Renato de Melo Ribeiro, delegado adjunto de Paulínia) foi até o local, pela relevância do caso”, disse ele.  Ainda segundo Galazzo, o relatório que gerou a busca e apreensão na residência de Marcos Cláudio Lula da Silva foi elaborado pelos policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais), da delegacia comandada por ele. 
Galazzo ressaltou que o advogado (Dauro Machado) do filho de Lula acompanhou tudo, tanto na residência como na delegacia, e que todos os direitos individuais de Marcos Cláudio Lula da Silva foram resguardados. Terminou afirmando que, segunda-feira  (16), vai arquivar o caso. “Como os objetos já foram devolvidos, não existe mais caso”, informou. 
O Correio não conseguiu contato com a juíza Marta Brandão Pistelli, com o advogado Dauro Machado e nem com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, citados nesta matéria.

Fotos: Correio Imagem/Arquivo

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