Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
“Por tempo indeterminado”, diz gerente da Passaredo sobre sexta greve do ano na empresa

Última atualização em 22 de novembro de 2016

Na tarde desta segunda-feira (22), motoristas, cobradores e monitores das empresas Viação Passaredo e LLC Transportes cruzaram os braços pela sexta vez no ano. Os trabalhadores não receberam o adiantamento salarial (vale) de novembro, que deveria ter sido pago pelas empresas sexta-feira (18) ou ontem (21). De acordo com Clóvis Teodoro, gerente da Passaredo em Paulínia, a paralisação será “por tempo indeterminado”. 
O gerente informou que a dívida da Prefeitura com as duas empresas soma R$ 6,7 milhões. “Nas duas audiências que tivemos na Procuradoria do Trabalho a Prefeitura se comprometeu a pagar parte (R$ 3.492.000,00) da dívida hoje, e traçar um cronograma para o pagamento do restante. Porém, não pagou um centavo e, infelizmente, não tivemos como pagar o vale do pessoal”, afirmou o gerente. 
Na manhã desta segunda, representantes das empresas em greve se reuniram com o secretário municipal de Transportes, José Valentim Krepski, o Kote, e  Manoel Henrique Martins, diretor executivo da Secretaria Municipal de Finanças. Após quase duas horas de conversa, Martins informou às empresas que a Prefeitura não tinha como pagar o valor combinado para hoje. “Eles alegaram falta de dinheiro em caixa. Como, se hoje o município recebeu R$ 9 milhões de ICMS?”, questionou o gerente da Passaredo.
Ainda segundo ele, além de pagar a parcela de R$ 3.492.000,00, acordada na Procuradoria do Trabalho em Campinas, a Prefeitura deveria apresentar, hoje, na reunião com as empresas, uma previsão de pagamento do restante da dívida. “Assim poderíamos chegar nos funcionários e informar que o 13º e o salário do dia 5 (deste mês) estariam garantidos, mas isso também não aconteceu e, infelizmente, esses pagamentos estão comprometidos”, explicou o gerente. 
Na ata da reunião, divulgada em redes sociais, não consta nenhuma previsão, por parte da prefeitura, para pagamento da dívida com as empresas. “Infelizmente, depois dos trabalhadores, a mais prejudicada neste tipo de situação é a população”, comentou Teodoro. Mesmo informados que não receberiam o vale, segundo o gerente, alguns funcionários da LLC não deixaram de pegar os alunos que saíram das escolas às 17hs – só pararam após esse horário.

Tarifa
Em junho passado, a Prefeitura de Paulínia reajustou a tarifa em 9,8% (INPC de junho de 2015 a junho de 2016), elevando o valor para R$ 2,85, sendo que R$ 1,00 é pago na catraca (pelo passageiro) e o restante subsidiado pelo município. “Com a tarifa a R$ 2,85 não tem como trabalhar. Há muito tempo, além de pedir o reajuste da tarifa, a gente vem conversando que se a prefeitura não tem condições de pagar que passe isso para a catraca”, disse Clóvis Teodoro. A Passaredo reivindica uma tarifa de R$ 3,80, segundo ela, a média cobrada na região. 
Questionado se o dinheiro que entra nas catracas da empresa não é suficiente para pagar salários e outras obrigações trabalhistas, o gerente da empresa respondeu “não dá nem para o óleo diesel” consumido pela frota. “Hoje, nosso custo mensal com diesel gira em torno de 500 mil reais”, afirmou ele. Atualmente, de acordo com o gerente, a empresa atende aproximadamente 30 mil passageiros por dia, no entanto, somente cerca de 21 mil, em média, pagam na catraca. “Além disso, temos quatro categorias de gratuidade (pessoas que não pagam passagem) que passam todos os dias pela catraca”, concluiu.
Segundo informações extraoficiais, funcionários das empresas realizarão protestos na manhã desta quarta-feira (23), provavelmente, na ponte sobre o Rio Atibaia, que liga as regiões Central e Norte do município. O alerta foi feito pelo vereador Tiguila Paes (PPS), durante a sessão da Câmara Municipal na noite de hoje (22). 
Não conseguimos ouvir a Prefeitura de Paulínia. Também não conseguimos falar com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Anexos de Campinas e Região. 

Corpus
Cerca de 150 funcionários da Corpus, que faz a limpeza e coleta de lixo de Paulínia, também entraram em greve nesta segunda-feira (22), por falta de pagamento do vale deste mês. Em assembleia na sede da empresa, no bairro Santa Terezinha, os trabalhadores prometeram retornar ao trabalho só depois que receberem.
Assim como a Passaredo e LLC, a Corpus alega não ter conseguido pagar o adiantamento salarial de seus funcionários porque não está recebendo da Prefeitura. Não conseguimos confirmar a informação com a administração José Pavan Junior (PSDB), mas alguns veículos têm divulgado que a Prefeitura reconhece que os pagamentos à empresa estão mesmo atrasados.

Foto: Internet/Repodução

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