Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
Ganhar de políticos autodestrutivos é, relativamente, fácil; difícil é permanecer duas décadas na ponta do campeonato diário que é “SER E FAZER DIFERENTE”

Última atualização em 20 de setembro de 2015

[imagem] DEIXEM-ME FALAR…uma coluna que fala por si, seu criador e escritor

Surgi na cabeça de um pernambucano, recém-chegado em Paulínia, enquanto ele tomava banho no minúsculo toalete da casa de sua tia, na Antonio Pazetti, do Jardim Fortaleza. Da cabeça dele para uma folha de sulfite, escrita a lápis, depois datilografada em uma das Olivettis do Caco, e, por fim, impressa pela primeira vez, dia 17 de setembro de 1993, em menos de ¼ de página do Jornal o Cromo. 

Comecei falando de uma loira que flertava com “outro” no inesquecível Ponto de Encontro, enquanto o namorado dela tirava a “água do joelho”, no WC do restaurante-bar. Foi um Deus nos acuda, pois todos queriam saber quem era a tal moça, já que o meu escritor não atreveu-se revelar o nome da “safadinha”. A nota me rendeu o status de “coluna de fofocas” e passei a ser devorada por milhares de olhos, todos os sábados, pois o que não faltava e nem falta é gente interessada na vida alheia – ninguém desconfiava que a minha melhor linha editorial ainda estava por vir.  Aliás, nem eu mesma sabia disso. 
O primeiro nome político a ocupar oito das minhas 50 linhas impressas, semanalmente, foi o do saudoso Angelo Corassa Filho, uma figura muito popular e querida, principalmente entre os frequentadores da então agitada vida noturna paulinense. Corassa era um dos 15 vereadores que ocupavam o recém-construído Prédio “Ulisses Guimarães”, uma das Câmaras Municipais mais modernas e bem instaladas do País. A cidade caminhava rumo à seleta lista das mais ricas do Estado, prometendo ser excelência, em todos os serviços públicos. Passei, então, a ser usada pelo meu criador e escritor como vitrine do que Vereadores e Prefeitos faziam ou deixavam de fazer pela população, com os milhões que começavam entupir os cofres públicos municipais. 
Era tanto dinheiro, mas tanto dinheiro, que ninguém pagava passagem de ônibus, de domingo a domingo, e ainda viajava assistindo vídeos institucionais da Prefeitura, através de videocassetes e televisores novinhos, instalados nos veículos . Pena que a primeira tarifa zero do Brasil durou pouco tempo, pois, quem a implantou esqueceu do principal: preparar a população para bem utilizá-la e, aí, o benefício acabou virando uma grande “dor de cabeça” para a maioria dos usuários do transporte público coletivo, tendo que ser extinto.  
Depois, vieram o maior sambódromo coberto do país, com Pavilhão de Eventos e Concha Acústica, portais suntuosos, tudo bancado pelo polo petroquímico, sede da maior fonte de recursos da cidade: a Replan. Com tantas novidades grandiosas, as “fofocas” que causavam verdadeiros alvoroços foram abrindo alas, naturalmente, para notas questionadoras, elogiosas e críticas sobre o desenvolvimento meteórico da cidade. Assim, as minhas novas e principais pautas começaram a surgir nos corredores e nos gabinetes da Câmara Municipal; nos corredores, nas salas de secretários e no gabinete da Prefeitura. Em pouco tempo, as maravilhosas charges do espetacular Neder Ferreira de Paula retratavam as polêmicas opiniões do meu destemido autor – a cada semana, era uma nova “confusão”. 
Da irreverente coluna, que brincava elegantemente com quem era “ocó” ou “mona” (respectivamente, homem e biba no dialeto gay), classificava de brega ou chique os modelitos das mais importantes damas da sociedade local, entre outras “futilidades”, segundo o público, gostosas e divertidas de se lê, fui transformada, ao longo do tempo, em um espaço de opiniões fortes, polêmicas, denúncias e todos os tipos de temas ligados, sobretudo, à política. 
O caminho até aqui foi longo. Apurei 5 (cinco) eleições municipais. Acompanhei 7 (sete) administrações (entre completas e incompletas), 10 (dez) Presidentes do Poder Legislativo Municipal, 6 (seis) delegados titulares da Polícia Civil, vários comandantes da Polícia Militar, todos os juízes de direito – do Doutor Jeová e Ricardo Sevalho aos atuais Marta Brandão Pistelli e Carlos Eduardo Mendes. Retratei o auge e o fracasso do projeto “Cidade Feliz”, com suas milionárias obras faraônicas e tentativas fracassadas de inserir Paulínia no chamado primeiro mundo, e o surgimento do maior programa de ajuda aos mais necessitados já implantados na cidade: O PAS – Programa de Ação Social, ativo até hoje.  
Mostrei que no Morro Alto, um dos bairros mais discriminados do município, a maioria dos moradores era e é “sangue bom”. Vi nascer as Secretarias de Segurança Pública e da Criança e Adolescente e o Paulínia Futebol Clube. Vi Magic Paula defendendo o Seara/Paulínia, no IV Mundial Interclubes de Basquete, organizado pela estrela Hortência, manager do time da cidade, e as águas da lagoa Santa Terezinha agitadas até pelo jet-ski do então galã global Alexandre Frota. Registrei corintianos, palmeirenses e são-paulinos comemorando vários títulos estaduais na Rua da Gelini (a Pio XII) e o nascimento dos primeiros bebês paulinenses de vários anos. E por aí foi, não necessariamente nessa ordem, até os dias atuais.
Hoje, com 22 anos, completados e comemorados na última quinta-feira, dia 17, estou no fascinante mundo digital, sem limite de espaço, como acontecia no “corpito de papel”, mas com as mesmas características e, sobretudo, responsabilidade de sempre. Como dizem os meus leitores: estou bombando. A minha audiência é tanta e as opiniões do meu escritor tão provocantes que, recentemente, um de seus alvos me levou aos tribunais. O autor do processo perdeu feio para o direito à informação jornalística e à liberdade de expressão, garantidos pela democracia. 
Entretanto, a minha maior e mais importante vitória não é ganhar na Justiça de políticos inconsequentes e autodestrutivos, mas sim completar mais de duas décadas na ponta da tabela do verdadeiro campeonato diário que é SER E FAZER DIFERENTE, SEMPRE!

DEIXEM-ME FALAR… 

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