Última atualização em 16 de setembro de 2013
[imagem] Paulínia, julho de 1993. A tarde era muito fria, mas a minha cabeça estava fervendo, quase soltando fumaça como o chuveiro da casa 97 (fundos), da Rua Antonio Pazetti, no Jardim Fortaleza. Enquanto minha amada e inesquecível Tia Rita (in memorian) tirava um cochilo no sofá, resolvi ir tomar banho, na esperança de que água quente trouxesse o que a minha cabeça não estava conseguindo criar: um nome para a coluna já imaginada, de cabo a rabo. Só faltava este “pequeno detalhe”. Bastaram exatos cinco minutos e eis que o nome surgiu: DEIXEM-ME FALAR… Na verdade, um pedido de autorização para falar (escrevendo) sobre tudo, de um jeito que ninguém jamais havia ousado.
A primeira edição, 17 de setembro de 1993, já causou o maior rebuliço na city, pois inventei de comentar o flerte de uma moça com um rapaz belíssimo, enquanto o noivo dela havia ido ao toalete do então badalado Ponto de Encontro (O Bar do Amadeu, como era conhecido). E a danada tinha bom gosto, pois os dois “bofes” (“o paquerado e o traído” eram de tirar o fôlego até da “cega Maria” (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas). Misericórdia! Foi o meu primeiro bafo. Nada intencional, acreditem, pois nem conhecia os protagonistas. Apenas achei o “babado fortíssimo” para a época, ainda mais no único point da city. Todo mundo viu, comentou e a “Deixem-me Falar”… registrou. Pra quê (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas)?
Ao longo de todos esses anos nunca dominei a “Deixem-me Falar…” Pode parecer esquisito, mas, desde o início, a coluna que já foi quadro de uma coluna (Know-How) e me projetou dentro e fora da city sempre se construiu sozinha. Até hoje é assim. Aliás, ela também se renova sozinha. Da estreia até os dias de hoje, cada época teve as suas pautas. Teve a época de muitas fofocas. Depois veio a fase de notícias (policiais, culturais, comportamentais, curiosidades, cotidianas, entre outras) misturadas à fofocas. Na sequência, a política começou a se destacar na coluna e ganhar cada vez mais espaço. Os homens eleitos pelo povo passaram a ser fontes inesgotáveis de informações, boas e ruins.
A “Deixem-me Falar...” entrava numa nova fase ainda mais ousada. Talvez, a mais ousada de todas as épocas, pois colocava e coloca o dedo nas feridas, sem a pretensão de ditar quem realmente presta ou não presta, mas sim com a intenção de passar a bola para o leitor decidir por conta própria. Lógico que quando a fofoca não era agradável o (a) “fofocado (a)” queria estrangular o colunista (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas), mas nada se compara à repercussão causada pelas notas políticas. O político criticado e uma minoria de partidários fanáticos ficam doidinhos para me encontrar e dar muitos, maaaaaaaaaaais muuuuitos beijinhos (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas).
Entretanto, o mais fascinante na história da “Deixem-me Falar…” é o seguinte: aqueles que dizem odiar coluna e colunista são os leitores mais fiéis. Quando impressa, ela tá na mesa do café da manhã, no escritório, no ônibus, nas casas, nos gabinetes da Câmara e da Prefeitura, enfim, em tudo quanto é canto. Online, então, figura entre as favoritas das favoritas (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas). Quando não dá tempo ler na tela do PC profissional, mandam imprimir e levam pra casa. Lá vou eu ser xingado no “trono”, na sala ou no quarto (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas).
E os bordões? Pela mãe do Guarda! Me abana Chica! Arriégua! Virado Na besta fubana! Tá com a gota serena! Tá com a “mulésta” dos cachorros! Tomou “água de pitoca”, É uma alma sebosa, entre outros, são marcas registradas da irreverência que apenas quebra o gelo de uma notícia séria, mas não diminui a importância da informação. Amanhã, dia 17 de setembro de 2013, a “Deixem-me Falar…” completará 20 anos (EU DISSE 20 ANOS) e este colunista 47 de vida (eu pensava que era 48, mas é 47, aiiiiiiiiiiiii que boooooooom, ganhei um ano a menos…agora que eu vou “queimar a lenha” gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas).
Fofoqueiro, jornalista ou colunista? Depende do ponto de vista de quem me define. No meu ponto de vista, sou um “operário da comunicação” diferente, que informa do mesmo jeito que conversa num botequim do João Aranha ou no L’Ami Louis, o melhor bistrô de Paris. Jamais tive a pretensão de ser o melhor em absolutamente nada, mas sempre dou o melhor de mim em tudo que me proponho a fazer. O jornalismo exige de mim ousadia e coragem. Ousadia para enfrentar os poderosos que nunca temi e não temo. Coragem para ser o porta-voz de milhares de pessoas que gostariam de falar tudo o que escrevo, mas não podem por vários motivos.
O meu combustível é o amor de quem gosta de mim e o respeito de quem me detesta. Sem isso, jamais estaria escrevendo este ARTIGO DE DOMINGO sobre os 20 ANOS de um jornalismo que fez e continua fazendo história nesta cidade. Queiram ou não as “almas sebosas” (gargalhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadas).
Foto: Lucas Rodrigues/CP Imagem
<imagem1>9ea656c47c09594e843b9e9a1da2114d.jpg</imagem1>
<imagem2></imagem2>
<imagem3></imagem3>
<imagem4></imagem4>
<imagem5></imagem5>
<video1></video1>