Correio Paulinense

Paulínia, 6 de dezembro de 2025
EXCLUSIVO! “Eu disse que era abuso, mas ele (Edson Moura) disse que era abuso que ele queria”, revelou Larissa

Última atualização em 12 de junho de 2013

[imagem] A principal personagem do vídeo no qual o ex-prefeito Edson Moura aparece dando dinheiro para várias pessoas recebe nossa reportagem e conta os principais detalhes da história que domina as mesas redondas da cidade, desde o dia 28  (de setembro de 2012) passado.
Por motivos de segurança, Larissa Tauanne Macedo está fora da cidade e já prestou depoimento ao Ministério Público de São Paulo. Além do MP estadual, a Polícia Civil de Paulínia abriu inquérito para apurar as suspeitas de compra de votos e assédio sexual contra o ex-prefeito e candidato a Prefeitura pela coligação “Sorria Paulínia”. Leia a íntegra da matéria!
Mizael Marcelly – Você e outras pessoas foram flagradas dentro de um quarto com o candidato a prefeito Edson Moura. Em quais circunstâncias isso ocorreu?
Larissa – Foi depois de uma reunião política, no Bom Retiro, para a qual fui convidada por uma amiga. 
MM – Reunião política de quem?
Larissa – De Edson Moura.
MM – Além do ex-prefeito, outros políticos participaram desta reunião?
Larissa – Sim. Bonavita (o candidato a vice de Moura), Juninho (Juninho Moura, filho do ex-prefeito), e Siméia (a vereadora Siméia Zanon – PSDC, candidata a reeleição). 
MM – Quantas pessoas participaram e onde ocorreu a reunião?
Larissa – A reunião aconteceu no quintal da casa, com mais ou menos trinta pessoas. 
MM – O que aconteceu depois que a reunião terminou?
Larissa – Minha amiga me disse para esperar que ele iria nos atender, assim como atendeu também outras pessoas.
MM – Mas você sabia que o atendimento seria em um dos quartos da casa?
Larissa – Não. Na verdade, a reunião era pra ter sido na casa do Fábio, mas como não ia caber todo mundo lá, ele resolveu fazer na casa da vizinha. 
MM – Além de você, várias outras pessoas entraram no quarto. Quem organizava a entrada das pessoas?
Larissa – Primeiro o Fábio colocou as pessoas mais chegadas dele, depois a vereadora Siméia colocou as outras pessoas. 
MM – O que aconteceu depois que o ex-prefeito Edson Moura abriu a porta do quarto e vocês ficaram a sós?
Larissa – Ele me cumprimentou, apertou como mostra o vídeo, e passou a língua no meu ouvido. Perguntou se eu estava trabalhando, disse que ficou impressionado comigo e que me colocaria como secretária dele. Depois ele me pediu um beijo  e eu disse que não, pois isso seria abuso.
 
MM – E ele?
Larissa – Ele me respondeu assim: “mas é abuso que eu quero”. 
MM – Mas pelas imagens ele primeiro tentou lhe beijar e você se esquivou.
Larissa – Primeiro ele tentou, mas como não conseguiu acabou pedindo e mais uma vez recusei. 
MM – As imagens também mostram você pegando algo dele.  O que ele te deu?
Larissa – Ele me deu R$ 500,00 em dinheiro.
MM – Mas ele te deu dinheiro por quê?
Larissa – Eu não pedi dinheiro para ele. Ele é conhecido por dar dinheiro pra todo mundo e então me deu.
MM – Ele não te pediu absolutamente nada em troca?
Larissa – Ele não ia ficar dando dinheiro a toa pra todo mundo, se não fosse em troca de apoio.
MM – Que tipo de apoio?
Larissa – Apoio pra candidatura dele, pra tá com ele politicamente. 
MM – O que mais vocês conversaram?
Larissa – Ele perguntou se eu fazia faculdade e respondi que não. Disse que gostaria de fazer advocacia ou medicina, ele elogiou as minhas escolhas e disse que me daria uma força e se eu quisesse poderíamos ter uma relação muito legal.
MM – Que tipo de “relação legal” seria essa? Um relacionamento extraconjugal?
Larissa – Pelas atitudes deles sim. 
MM – Quantos anos você tem?
Larissa – 18.
MM – E você teria um relacionamento com uma pessoa mais velha?
Larissa –  Não.
MM – Por quê?
Larissa – Porque não tem cabimento. As ideias e as mentalidades são outras. 
MM – Por que você foi depor sobre o caso no Ministério Público de São Paulo e não no de Paulínia?
Larissa – Porque não estava me sentindo segura na cidade. Desde que o caso veio à tona, carros estanhos começaram a rondar a minha casa e fiquei com medo, achando que ele poderia fazer alguma coisa comigo.
MM – Então você se sentiu ameaçada?
Larissa – Sim. Começaram a falar que eu teria feito o vídeo, junto com outra pessoa, e isso não é verdade. 
MM – Mas alguém te procurou após a divulgação do vídeo no YouTube?
Larissa – Sim. O comitê entrou em contato com a gente pedindo para nos encontrarmos com o advogado e o Sabará na casa da Madá, no Monte Alegre. Lá assistimos ao vídeo juntos e eles concluíram que o mais grave era o meu. Me sugeriram sair da cidade por um tempo que eles me apoiariam e disseram para eu não dar nenhuma entrevista e quem me perguntasse sobre o assunto era para negar tudo. Depois eles disseram que a única forma de concertar a situação era assinarmos um contrato de trabalho para a campanha.
MM – E a sua família como está reagindo a tudo isso?
Larissa – No começo eles ficaram apavorados, pois nunca havíamos vivido um caso parecido. Mas, agora estou em um lugar seguro, longe da cidade, minha família está resguardada e vamos aguardar o desenrolar dos fatos.
MM – E qual a lição que você está tirando de tudo isso?
Larissa – Nunca mais participo de reunião política nenhuma.
Foto: Fábio Gomes/CP Imagem

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