Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
Estelionatários podem ter arrecadado mais de R$ 600 mil, aplicando o golpe da casa própria em centenas de pessoas

Última atualização em 22 de outubro de 2015

[imagem] Ouvida pelo delegado Marco Evangelista, uma suspeita,disse que trabalhava para dois homens, que estão sendo procurados pela polícia

Na tarde de terça-feira (20), o delegado Marco Evangelista, titular da Polícia Civil de Paulínia, ouviu Edneia Ignácio, de 33 anos, moradora do bairro Matão, na vizinha Sumaré. A mulher é suspeita de participação na venda ilegal de casas do Módulo 3 do Residencial Pazetti, no bairro Saltinho, de terrenos no condomínio de luxo Sunset Boulevard, no Jardim Ipê, e no empreendimento habitacional da Construtora Rossi, também na cidade.

Com exclusividade, Edneia contou ao Correio Paulinense Online que trabalhava para dois homens, identificados por ela, como Jackson Oliveira e Anderson Ferraz. Ela citou também uma outra mulher, chamada Angela Cristina Ferraz.  Em um ano, a mulher disse ter “vendido” cerca de 180 casas. Ainda segundo Edneia, cada comprador pagava R$ 3.500,00 de entrada. “Desse valor, mil e quinhentos era a minha comissão e o restante eu repassava para o Jackson”, explicou ela.  Fazendo as contas, nossa reportagem chegou ao valor total de R$ 630 mil arrecadados pelo golpe, sendo R$ 270 mil de comissão para Edneia. 
Jackson seria o responsável pela entrega da documentação e chaves dos imóveis vendidos, mas que os donos nunca receberam.  Os encontros com o suspeito, segundo Edneia, aconteciam no Paulínia Shopping ou na porta da Prefeitura de Paulínia. Questionada por nossa reportagem se não sabia que estava contribuindo com um golpe, ela respondeu: “Eu só desconfiei que tinha algo errado quando ele (Jackson) começou a dar desculpas sobre a entrega dos documentos e das casas”, afirmou.
Edneia foi conduzida à delegacia, após as vítimas chamarem a polícia. “Eu estava em casa, as pessoas chegaram lá me pressionando por causa do dinheiro que pagaram e chamaram a polícia”, contou ela. De acordo com a suspeita, Jackson se passava por servidor público de Paulínia, lotado na Secretaria de Habitação, mas o delegado Evangelista desmentiu a informação. “Nenhum dos envolvidos foram ou são servidores municipais”.  
Na tarde de hoje (22), o delegado informou que os dois homens ainda não foram encontrados.  “Ela (Edneia) não foi presa por não ter sido apanhada em flagrante delito, mas está colaborando para que possamos chegar aos outros acusados”, explicou Evangelista. 
Vítimas
Somente até a meia noite de terça-feira (20), a polícia ouviu mais de uma dezena de pessoas, que teriam sido lesadas pelos supostos golpistas. “Ainda continuamos ouvindo outras pessoas”, disse, hoje, o delegado. Nossa reportagem conversou com duas das vítimas, cujas identidades prometemos preservar, por motivos de segurança.
Uma dona de casa disse ter pago R$ 5 mil à suspeita Edneia, por uma casa do Módulo 3 do Pazetti. “Era pra ser no Pazetti, mas depois ficaram enrolando e até agora nada”, contou ela. Segundo a vítima, ela chegou aos supostos golpistas através de uma amiga, que sabia que eles estavam vendendo as casas. “Não desconfiei que era um golpe e para mim tem muita gente grande envolvida nisso”, disse ela, à nossa reportagem. 
Já o prejuízo de um morador de São Paulo, capital, foi bem maior. Segundo o homem, ele pagou R$ 80 mil, referentes a entrada de sete casas no Residencial Pazetti e de três terrenos no condomínio Sunset Boulevard, no Jardim Ipê. “As casas do Pazetti comprei em nomes de parentes meus. Depositei 24 mil no banco (ele não quis informar os dados da conta bancária e nem o (a) favorecido (a) do suposto depósito) e os outros 56 mil entreguei nas mãos da Edneia”, afirmou ele, que, desconfiado, disse ter ido à Prefeitura e também no Boulevard. “Na Secretaria de Habitação me informaram que estava claro tratar-se de um golpe e que eu deveria registrar um boletim de ocorrência, para que eles pudessem apurar o caso”. 
A pedido do delegado Marco Evangelista, o Correio Paulinense Online decidiu não divulgar, por enquanto, outras informações sobre o caso, para não atrapalhar o andamento das investigações. Tentamos falar com a assessoria de imprensa do Sunset Boulevard e também da Construtora Rossi, mas não conseguimos contato. 
Prefeitura
Por meio da Assessoria de Imprensa, a Prefeitura de Paulínia divulgou, ontem (21), COMUNICADO sobre esse caso. Confira abaixo >>> 
COMUNICADO – CASAS POPULARES 
Prefeitura investigará denúncia de venda irregular de casas populares em Paulínia

Pessoas citadas em BO NÃO SÃO servidores públicos

A Prefeitura de Paulínia esclarece que Angela Cristina Ferraz e Anderson Ferraz não fazem e nunca fizeram parte do quadro de servidores públicos da Municipalidade, citados em Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Paulínia.

De acordo com BO, tais pessoas faziam parte de um esquema de venda fraudulenta de imóveis e que os fraudadores apresentavam-se como parte de programas habitacionais da cidade. Os estelionatários teriam vendido aproximadamente 180 imóveis.

A Prefeitura de Paulínia, por meio das Secretarias Municipais de Habitação e Negócios Jurídicos, informa que acompanhará o inquérito policial, sobre denúncia de venda irregular de casas populares no Município.

Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Paulínia

Foto: Arquivo/CP Imagem

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