Correio Paulinense

Paulínia, 17 de fevereiro de 2025
Du Cazellato “virou a chave” da política de Paulínia

Última atualização em 30 de outubro de 2024

Prestes a se tornar ex-prefeito da cidade, Cazellato entregará governo consagrado pela população e com vitórias políticas históricas – Foto: Rede Social

Trigésimo oitavo colocado para vereador na eleição de 2004, a primeira que disputou aos 33 anos, Ednilson “Du” Cazellato, certamente, jamais imaginou que 20 anos depois estaria concluindo dois mandatos seguidos de prefeito, e muito menos elegendo sucessor com a maior votação da história política de Paulínia.

Câmara
Após duas eleições perdidas (2004 e 2008), o empresário dono do Supermercado Cazellato, em Betel, foi o segundo vereador eleito mais votado em 2012, com 1.528 votos. Quatro anos depois, se reelegeu com uma votação ligeiramente menor – 1.413 votos – e na terceira posição no resultado geral.

Com uma postura parlamentar discreta e avessa a polêmicas, Cazellato, na maioria das vezes, utilizou o microfone legislativo apenas em votações relevantes para o município. Hablar mesmo, em todas as sessões, somente depois que assumiu a presidência da Casa de Leis, em 2017, cargo que o levou a sentar pela primeira vez na cadeira de prefeito, mesmo que interinamente, no dia 7 de novembro de 2018.

Virada de chave
Na linha do tempo da grave instabilidade política que Paulínia atravessou entre 2013 e 2019,  Du Cazellato foi o sexto prefeito diferente e o penúltimo da série de 12 trocas na Chefia do Executivo Municipal, ocorridas no período político-administrativo mais triste da cidade.
 
Foi então que ele decidiu trocar o Legislativo pelo Executivo, disputando e vencendo a primeira eleição suplementar para prefeito do município, dia 1º de setembro de 2019, em razão da cassação do mandato de Dixon Carvalho pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).  

Mais que ter seu status político atualizado para cima, Cazellato foi escolhido pela população para restabelecer a normalidade político-administrativa da cidade. Ele não apenas restabeleceu: puniu nas urnas quem, em vez de felicidade, instalou o caos da instabilidade que tanto afetou a população paulinense.

Cazellato x Moura
Imbatível nas urnas até as eleições deste ano, Edson Moura, considerado a maior liderança política de Paulínia, governou a cidade três vezes – 1993 a 1996 e 2001 a 2008 – e elegeu dois sucessores: Dude Vedovello e José Pavan Junior, em 1996 e 2008, respectivamente.

Voltou a disputar em 2012, mas barrado pela Lei da Ficha Limpa substituiu-se pelo filho Edson Moura Junior, um dia antes da votação. O herdeiro venceu a eleição com 41,01% dos votos, mas acabou não assumindo o cargo de imediato, por consequência da manobra política arquitetada pelo pai e reprovada pela Justiça Eleitoral. A posse só ocorreu em 16 de julho de 2013, e com ela teve início a instabilidade política que massacrou o município.

A invencibilidade política de Moura começou a ruir na eleição suplementar de 2019, quando ele lançou a mulher, Daiane Cristina da Silva, a Nani Moura, candidata à prefeita da cidade. Mesmo indireto, foi o primeiro duelo eleitoral entre o ex-prefeito e o então vereador Du Cazellato, que venceu a concorrente mourista, por 13.119 a 11.211 votos.

Logo após a derrota na suplementar, o coro entre aliados do ex-prefeito era um só: se fosse ele, o resultado teria sido diferente. Então, veio a eleição regular de 2020, em condições e datas excepcionais, devido à pandemia de Covid-19.

Novamente, Moura colocou Nani na disputa, dessa vez, para tentar impedir a reeleição de Cazellato. Também, não conseguiu. O atual prefeito foi reconduzido ao cargo por 26.932 eleitores, o dobro dos que votaram nele em 2019. Já a candidata mourista foi a 19.605 votos, 8.394 a mais na comparação com a suplementar.

“Prova dos 9”
Este ano, o próprio Moura saiu candidato e Nani foi vice dele. “Agora, não tem pra ninguém”, afirmavam simpatizantes do ex-prefeito, cidade afora. Moura teve o registro negado pela Justiça Eleitoral, recorreu da decisão e ficou esperando novo julgamento. Enquanto isso, o candidato do Avante exerceu seu direito legal de fazer campanha, por conta e risco, como garante a legislação eleitoral.

Fora da disputa, Cazellato indicou Danilo Barros (PL) a prefeito, que teve Moura como seu principal adversário à sucessão na prefeitura da cidade. Placar do confronto político-eleitoral: Barros 32.346 e Moura 20.053 votos. Ou seja, mesmo sendo ele o candidato, Moura não chegou nem perto de trincar a força política de Cazellato, que elegeu seu sucessor com uma folga de 12.293 votos.

Curiosidade
Além de receber a maior votação da história para prefeito de Paulínia, Barros venceu Moura em todos as regiões da cidade. Nesse quesito, quando candidata em 2020, Nani Moura foi melhor do que o marido. Ela venceu Cazellato em cinco bairros com colégios eleitorais:  São José, Ouro Negro, Bom Retiro, Jardim Flamboyant e Alto dos Pinheiros.

Gostou desse conteúdo? Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Rolar para cima