Correio Paulinense

Paulínia, 1 de novembro de 2024
“Dixon não tem que mexer com estudantes, vamos atrás dos nossos direitos”, diz futura advogada

Última atualização em 27 de janeiro de 2018

Estudantes universitários de Paulínia estão se mobilizando contra a extinção das bolsas de estudos parciais e de 110 integrais, a partir deste ano. As mudanças estão no texto do projeto de lei que o prefeito Dixon Carvalho (PP)  enviou à Câmara de Vereadores, no ano passado, e que começa a ser votado nesta terça-feira (30), durante a primeira sessão legislativa de 2018. 
Além disso, os universitários também não concordam com as alterações que o prefeito quer fazer no transporte universitário oferecido pela Prefeitura. Pelas novas regras, quem estuda no período da manhã deve ir de carro particular ou de ônibus coletivo até os dois pontos de partida do transporte universitário: Rodoshopping e Bosquinho (Rua Presidente Café Filho). Na volta, a Viação Novo Horizonte deixará os alunos nos mesmos pontos, e eles retornarão às suas casas da mesma forma, de veículo próprio ou público. Já quem estuda no período noturno também deve ir pegar o ônibus para a faculdade nesses dois pontos, no entanto, na volta será deixado no bairro onde mora.
Inconformada com a redução nos investimentos em educação, Katlen Pires, moradora de Paulínia há 16 anos, criou uma página no Facebook – ATO CONTRA A REFORMA DA BOLSA EDUCAÇÃO E TRANSPORTE UNIVERSITÁRIO  – para mobilizar universitários contrários às mudanças propostas pelo governo Dixon Carvalho (PP). Até a publicação desta matéria, 111 pessoas haviam confirmado presenças na manifestação. 
Na tarde deste sábado (27), o Correio conversou com a universitária, que vai começar o quarto ano de Direito na Unisal Campinas, é bolsita integral e usuária do transporte universitário da Prefeitura de Paulínia.  “Tanto quanto eu, muitos estudantes estão revoltados com as mudanças. O prefeito tá querendo diminuir a quantidade de bolsa para os alunos e limitar o valor da faculdade. Por exemplo, eu faço Direito, minha mensalidade custa mais de mil reais, e ele quer pagar só R$ 800,00 e o resto o aluno arca”, disse ela.
A jovem também criticou as alterações no transporte universitário. “Muita gente trabalha, assim como eu, e todo mundo, agora, tem que ir até o Rodoshopping pegar o transporte para ir às suas faculdades. E, (o ônibus) não vai mais passar nos bairros, como acontecia antes”. Katlen trabalha como cerimonialista de eventos e casamentos. 
Para a futura advogada, o prefeito Dixon (PP) está errado em querer reduzir gastos na Educação. “Ele quer cortar gastos? Ele que vá cortar gastos em outros lugares, em outras coisas, com estudantes ele não tem que mexer, porque a gente precisa disso. Precisamos do transporte, precisamos das nossas bolsas, e ele está querendo cortar gastos onde não deve”, afirmou.
Katlen está convocando os universitários para um protesto, na primeira sessão do ano da Câmara Municipal de Paulínia. “A votação dessas mudanças vai ser agora, na terça-feira, dia 30, e a gente precisa estar lá para mostrar a eles (vereadores) que não estamos a favor disso, não queremos que isso aconteça, e nós vamos atrás dos nossos direitos”, disse ela.
Projeto
Na sessão de terça-feira (30), os vereadores vão deliberar a legalidade da proposta  que institui o novo programa de concessão de bolsa de estudos em Paulínia. Depois, será analisado e votado o mérito do projeto, provavelmente, na sessão do dia 15 de fevereiro, ou, antes disso, caso o presidente do Legislativo Municipal, Du Cazellato (PPSDB), convoque uma extraordinária para concluir a votação.
O vice-presidente da Câmara, Danilo Barros (PR) informou, por meio de rede social, que esteve reunido, nesta sexta-feira (26),  com os vereadores Fábio Valadão (PRTB), Flávio Xavier (PSDC) e Fábia Ramalho (PMN), discutindo a proposta do prefeito Dixon (PP).  Segundo Barros, serão feitas algumas Emendas ao projeto, para atender reivindicações de estudantes e seus familiares. 
Veja o que por mudar, caso o novo “Bolsa Educação 2018” seja aprovado pela Câmara: 

– O número de bolsas integrais (100%) para o ensino superior cairá das atuais 210 (duzentas e dez) para 100 (cem), as quais serão divididas entre estudantes de bacharelado, licenciatura e tecnólogo. 
– Não haverá mais bolsas parciais de 35% a 65% da mensalidade.
– serão criadas 600 (seiscentas) bolsas no valor fixo de R$ 800,00 (oitocentos reais). Caso  o valor da mensalidade do curso seja superior, o aluno arcará com a diferença.
– Como contrapartida ao benefício financeiro estudantil recebido da Prefeitura, todos os bolsistas prestarão serviços voluntários à Secretaria Municipal de Educação (SME), sempre que convocados pela pasta, sob pena de ter a bolsa cortada.  O calendário e número mínimo de horas de trabalho, em projetos e programas de interesse público, serão definidos pela SME.
– A instituição de ensino escolhida pelo estudante deverá ser conveniada à Prefeitura Municipal, estar localizada na cidade ou num raio de até 100 km (cem quilômetros).
– Não terá direito à bolsa o estudante que, por exemplo, escolher uma faculdade de Direito fora do município, quando uma faculdade local oferecer o mesmo curso.

Fotos: Facebook/Reprodução

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