Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
“Decisões demoradas e erradas”, diz Caprino (PRB), sobre o “jeito” Dixon (PP) de governar

Última atualização em 12 de maio de 2017

Na tarde desta quinta-feira (11), o vice-prefeito de Paulínia, Sandro Cesar Caprino (PRB), realizou, no Hotel Íbis da cidade, uma coletiva de imprensa sobre o seu desligamento político do prefeito Dixon Carvalho (PP). “Neste momento, estou me desligando do governo”, anunciou ele. 
Dixon e Caprino foram eleitos, em outubro do ano passado, com 34,37% dos votos válidos da cidade, após uma disputa acirrada com o candidato à reeleição José Pavan Junior (PSDB) e sua vice Angela Duarte (PRTB). A diferença entre os primeiros e segundos colocados foi de apenas 559 votos – 17.798 a 17.239 mil votos.

Motivos
De acordo com o vice-prefeito, o grande descontentamento da população com o “jeito” Dixon de governar foi um dos fatores que pesaram na decisão dele. “Estou ouvindo a população e a insatisfação é muito grande. Se não tomo uma atitude, as pessoas vão pensar que concordo com tudo o que está acontecendo”, afirmou. Ele acredita que, afastado da administração pepista, terá mais liberdade para cobrar do prefeito a execução do plano de governo que ambos apresentaram à população, durante a campanha eleitoral. 
Para Caprino (PRB), falta habilidade ao prefeito Dixon Carvalho (PP) para resolver os problemas da cidade. “Decisões demoradas e erradas ainda. O governo está cometendo erros básicos e assustadores”, comentou. O vice-prefeito incluiu o episódio da última compra de ovos de Páscoa entre os erros que, segundo ele, a administração pepista cometeu. 
No dia 14 de abril, o Correio mostrou, com exclusividade, que a administração Dixon (PP) comprou 23 mil ovos de Páscoa pelo preço unitário de R$ 13,95. Em 2016, o mesmo ovo (peso, sabor, embalagem) custou R$ 6,19, ou seja, um aumento de mais de 100% este ano. 
Questionado se tentou conversar com o prefeito, antes de decidir pelo afastamento, Caprino (PRB) respondeu: “Sim, várias vezes. Eu só queria que ele me ouvisse mais, depois decidisse se concordava ou não com as minhas opiniões. Mas, tenho a impressão que ele nunca me ouviu””.
Traição
O rompimento político de Dixon (PP) e Caprino (PRB) vinha circulando nos bastidores, havia um tempo, até o prefeito falar sobre o assunto ao Jornal “Aqui Paulínia”, no mês passado. De acordo com o semanário, o pepista teria acusado o vice-prefeito de “traição”. Ainda segundo o jornal, Dixon (PP) acredita que Caprino (PRB) estaria por trás de uma conspiração para tirá-lo do cargo, e assumir o lugar dele. “Isso é uma mentira.  Mentira. Nunca fiz absolutamente nada neste sentido. Se houve traição, não foi da minha parte e sim da parte dele (Dixon), que não cumpriu nada com o grupo, desde que foi eleito”, afirmou e ressaltou: “Se ele tem prova (da suposta traição) que mande colocar”. 
Os rumores de uma suposta conspiração contra Dixon (PP) tomaram força em março passado, quando a Câmara Municipal recebeu e rejeitou dois pedidos para investigar possíveis infrações político-administrativas cometidas pelo prefeito, nas contratações emergenciais milionárias da merenda escolar e da limpeza urbana do município. “Não tenho e nunca tive absolutamente nada a ver com isso. Uma das denúncias foi feita pelo Doutor Arthur (Freire, ex-secretários de Negócios Jurídicos da Prefeitura), que quando eu era Presidente da Câmara vivia pedindo cópias de todos os contratos da Casa, em busca de irregularidades que nunca foram encontradas”, argumentou. 
Segundo Caprino (PRB), Dixon (PP) abandonou muitos aliados políticos, que trabalharam na campanha de “sol a sol” e foram fundamentais para a vitória nas urnas. “Quem deu o sangue por nossa campanha, não foi reconhecido. Por outro lado, quem trabalhou contra (ele e Dixon, na campanha) tem mais espaço (na administração). O discurso da lealdade e mudança acabou faz muito tempo”.
Futuro
O vice-prefeito afirmou que continuará atendendo em seu gabinete, na Prefeitura Municipal. “Acredito que ele (Dixon) não vá me impedir de trabalhar pela população. Porém, se isso ocorrer, eu atenderei o povo na rua, mas não deixarei de trabalhar. Não vamos ser contra o governo, vamos está do lado da população”, disse. 
Caprino (PRB) ainda falou sobre a possibilidade de ele disputar as Eleições 2018, para deputado estadual ou federal. “A vontade do partido é que eu participe da próxima disputa eleitoral, mas estamos analisando este assunto com o cuidado e carinho, que ele merece”.
Merenda, Lixo e Ovos
“Quem julga os atos do Prefeito é a Câmara e a Justiça, não sou eu”, respondeu Caprino (PRB), ao ser questionado sobre as supostas irregularidades  nos contratos emergenciais da Corpus, RC Nutry, bem como na compra de ovos de Páscoa para a rede municipal de ensino, este ano.  No entanto, ele ponderou não ser verdadeira a afirmação de que o município não teria como fornecer a merenda sem contratação emergência.  “Quando assumimos o governo haviam R$ 14 milhões empenhados para a compra de alimentos. Então, não é verdade que não tinha como atender. Mas o que se viu foi a venda de comida (alimentos que estavam armazenados no DAN – Departamento de Alimentação e Nutrição e foram vendidos à RC Nutry), e pagamento fora da ordem cronológica”, disse ele. 
PRB
O presidente municipal do partido, Paulo Mota, dividiu a mesa da coletiva com o vice-prefeito e o advogado da legenda Fábio Martins, e falou sobre o apoio do PRB a decisão de Caprino (PRB). “O PRB Nacional, Estadual e Municipal apoiam o Sandro, que foi peça fundamental para a eleição. Se não fosse a força desse grupo Dixon não teria sido eleito”, afirmou Mota. 
Histórico
Nos últimos 20 anos, Sandro Caprino (PRB) é o terceiro vice-prefeito a romper politicamente com o Prefeito Municipal. Em 1997, a então primeira vice-prefeita da cidade, Sonia Prado de Oliveira (PMDB), afastou-se do então prefeito Dude Vedovello, também do PMDB. Cerca de um ano depois eles fizeram as pazes e voltaram a trabalhar juntos.
Em 2011, a ex-vice-prefeita Simone Moura (PMDB) também rompeu com o ex-prefeito José Pavan Junior, por desavenças políticas, envolvendo, inclusive, o tio dela e também ex-prefeito, Edson Moura (PMDB). Neste caso, não houve reconciliação e o mandato terminou em 2012 com os dois brigados. Simone passou os dois últimos anos, sem dar expediente no gabinete da Vice-Prefeitura.  
Foto:  Túlio Silva/Correio Imagem

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