Correio Paulinense

Paulínia, 26 de julho de 2024
CEI da Saúde emite “Nota Vazia”, sem informar nada do que foi apurado, em quase 7 meses de trabalho

Última atualização em 13 de maio de 2014

[imagem] Parecendo alheia aos graves fatos que atingem direta e diariamente a população usuária da Saúde de Paulínia, a Comissão Especial de Inquérito (CEI), crida para investigar as causas dos problemas no setor e que deveria dar publicidade à elas, se fechou em “Ás de Copas”, desde que foi prorrogada por mais 120 (cento e vinte dias), no início deste ano. Se antes da prorrogação a imprensa não recebeu nenhuma informação relevante sobre o trabalho desenvolvido pelos vereadores Tiguila Paes, presidente (PRTB), Du Cazellato, vice-presidente (PP), Edilsinho Rodrigues, sub-relator (PPS), Custódio Campos, relator (PT) e João Mota Pinto, secretário (PSDC), após, então, nem se fala. Dos cinco integrantes da Comissão, quatro já eram da base mourista e um migrou da oposição para situação. 

O Correio Paulinense Online cobrou informações sobre os trabalhos da CEI, diretamente ao seu presidente, vereador Tiguila Paes (PRTB). Na primeira solicitação, dia 25 passado, citamos o caso do menino Luan Santos da Silva, de 9 anos, portador de fibrose cística. Luan foi internado no Hospital Municipal de Paulínia, que não tinha agulha de punção de cateter e nem o antibiótico Azitromicina para atender a criança. “Gostaríamos que o senhor, como Presidente da CEI, para investigar problemas como este na Saúde Municipal, nos informasse o que a Comissão conseguiu apurar, até agora, sobre os motivos e responsabilidade da falta de medicamentos e materiais básicos para os profissionais da rede atenderem a população”, questionamos. Através da assessoria de imprensa da Casa, o presidente não falou sobre o caso Luan, apenas disse que a Comissão se manifestaria depois, sobre os trabalhos.
Na segunda busca por informações, dia 30 de abril, ou seja, cinco dias após a primeira tentativa, frisamos ao presidente Tiguila a grave denúncia feita pelo secretário municipal de Saúde, Renato Cardoso, que teria encontrado 20 mil fitas para teste de glicemia escondidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Centro. “Gostaríamos que o senhor nos informasse se a Comissão estava ciente deste problema e se a resposta for sim quais as medidas que pretende adotar para apurar a veracidade e responsabilidades dos fatos”. Dessa vez, não recebemos nenhuma resposta.
Enquanto os membros da CEI da Saúde estão usando o “esparadrapo” como ferramenta de trabalho, sem informar nada à população vítima do descaso público, os problemas se tornam cada dia mais grave. Quarta-feira da semana passada, dia 7, o conhecido advogado Ivan Roberto Alves de Castro deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Municipal por volta das 13h00 e acabou falecendo às 22h10min, de causa desconhecida (leia matéria).

Nenhuma vírgula da Comissão sobre este caso foi divulgada até o momento, assim como não falaram do menino Luan e da denúncia feita pelo secretário Renato. Aliás, pelo que ficamos sabendo, o titular da Saúde foi o único ouvido pela Comissão, até agora, mas o depoimento dele encontra-se guardado à sete chaves. A vereadora Simeia Zanon (PSDC) participou da oitiva do secretário, solicitou uma cópia da fita, mas, segundo ela, o pedido foi negado.

À 09h14min de hoje, dia 13, recebemos via e-mail uma Nota assinada pela Comissão Especial de Inquérito. Nela, os membros apontam as principais reclamações da população, a realização de oitivas (audições) in loco em setores da rede e que estariam levantando dados importantes sobre os serviços prestados à população.
Entretanto, a Nota não traz nenhum resultado específico das investigações que supostamente estão sendo feitas e tampouco aponta pelo menos o que estar por trás da falta de medicamentos e materiais básicos para atender os usuários da rede. A Comissão encerra informando que a conclusão do relatório dos trabalhos está prevista para o início de junho e promete divulgá-lo amplamente. Lembrando que a data limite para funcionamento da CEI da Saúde é 22 de junho. Leia abaixo. 
Nota 
A CEI (Comissão Especial de Investigação) foi instaurada na Câmara Municipal de Paulínia para apurar os motivos da falta de qualidade no atendimento à população na saúde pública. 

As maiores reclamações da população que chegaram ao conhecimento da CEI foram: falta de medicamentos, falta de material médico hospitalar, demora em agendar exames, demora em agendar consultas com especialistas, demora em agendar cirurgias, desmarcações de cirurgias já agendadas, demora no atendimento do pronto socorro, prédios públicos em situações precárias, falta de condições adequadas de trabalho, entre outras.

Os trabalhos da CEI estão voltados para buscar o melhor para a população. Nesse período de oitivas e visitas in loco pela rede de saúde e Hospital Municipal, estamos levantando dados importantes dos serviços prestados por cada unidade e os problemas e dificuldades encontradas nos setores de maior relevância da saúde. 

Até o momento conseguimos levantar os dados que necessitamos em diversos departamentos e serviços, com destaque para a UBS Central, UBS São José, UBS Planalto, Centro de Oncologia, Centro de Distribuição, Diretoria do Departamento de Odontologia, Serviço de Reabilitação, Departamento de Geriatria e Hospital Municipal (Pronto Socorro, Emergência, Enfermagem, UTI e Urologia), além do Secretário Municipal de Saúde. Na próxima semana pretendemos terminar essa etapa dos trabalhos e convocar o Presidente do Conselho Municipal de Saúde para ouvirmos suas considerações. 

O relatório final tem previsão de término para o início de junho, quando será amplamente divulgado.
Comissão Especial de Inquérito (CEI) 

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