Correio Paulinense

Paulínia, 11 de dezembro de 2024
Após governo Dixon (PP) declarar guerra à oposição, Kiko e Tiguila são alvos de denúncias “arranjadas”

Última atualização em 16 de fevereiro de 2018

Nesta quinta-feira (15), a luta de braço entre a oposição e o governo Dixon Carvalho (PP) ganhou mais um capítulo. Opositores declarados da administração pepista, os vereadores Tiguila Paes (PPS) e Kiko Meschiati (PRB) foram denunciados na Câmara Municipal por suposta quebra de decoro parlamentar. 
Coincidência ou não, as denúncias contra os parlamentares foram apresentadas cinco dias após o governo Dixon (PP) declarar guerra aos seus opositores, segundo nota do jornalista Raoni Zambi, na coluna “Poder é Aqui” do jornal Aqui Paulínia, edição de sexta-feira (9). “Guerra. O governo Dixon (PP) até aqui tem sido diplomático com a oposição. Fontes próximas do prefeito afirmaram que tal comportamento republicano, com algumas pessoas, vai mudar”, escreveu Zambi. O jornalista encerrou a nota reproduzindo o aviso de um “integrante do alto escalão do executivo” para os adversários do prefeito Dixon (PP): “Vamos para a briga”.
Denúncias
Tiguila Paes (PPS)
A denúncia contra o vereador Tiguila Paes (PPS) foi apresentada por Jurandir Francisco Carneiro, morador na Vila Presidente Médici. Segundo Carneiro, ele teria sido lesado em R$ 20 mil por estelionatários que aplicaram o golpe da casa própria em várias pessoas na cidade. 
O caso foi denunciando com exclusividade pelo Correio Paulinense, em fevereiro de 2015, (LEIAM A MATÉRIA), mas a Polícia Civil de Paulínia só conseguiu desbaratar a quadrilha em outubro do mesmo ano (LEIA A MATÉRIA). O denunciante Carneiro acusa o vereador Tiguila Paes (PPS)  de participação no golpe. 
No entanto, à época, o então delegado titular de Paulínia, Marcos Evangelista, responsável pelas investigações do caso, concluiu que o vereador não teve nenhuma participação no esquema. “O vereador Tiguila não vendeu nenhuma casa e Edneia (Ignácio, ré confessa e apontada como chefe do bando) disse em depoimento que nunca teve contato com ele”, afirmou o delegado e, acrescentou que o vereador não foi acusado de nada (LEIA MATÉRIA). Tiguila Paes (PPS) também não foi indiciado pela polícia. 
Este cidadão (o denunciante) terá que provar na Justiça tudo o que ele disse (na denúncia) contra mim e minha família. Meus advogados já estão elaborando uma queixa-crime contra ele, pois não se atinge uma família inteira da forma criminosa, leviana e repugnante como ele está atingindo a minha”, disse o vereador. 
Kiko Meschiati (PRB)
Já a denúncia contra o vereador Kiko Meschiati (PRB) foi apresentada por Antonio José Alberto, morador no bairro João Aranha. Na peça, ela acusa o vereador de ofender várias vezes e “acintosamente” o prefeito Dixon Carvalho (PP) nas sessões da Câmara, usar palavras inadequadas em seus discursos e ofender o vereador Fábio Valadão (PRTB).  Alberto também expõe a condenação em segunda instância federal sofrida pelo vereador, em um processo aberto em 2004 para apurar suposta distribuição de dinheiro falso.
Entretanto, na manhã desta sexta-feira (16), o denunciante Alberto esteve na Câmara, retirando a denúncia contra o vereador Kiko Meschiati (PRB).  Ele alegou que foi enganado e que jamais denunciaria algo que não tivesse conhecimento. “Sou pessoa simples e sem estudos, mas sou correto e não gosto de cometer injustiça”, afirmou ele, no pedido de retirada da denúncia. 
Alberto relatou à Câmara que, ontem (15), foi procurado por uma pessoa para ser testemunha em um caso. Essa pessoa teria o levado até um advogado e lá ele assinou os documentos (a denúncia), sem saber do que se tratava.  O denunciante não revelou o nome da pessoa que teria o enganado e nem do advogado. Há suspeitas que Jurandir Francisco Carneiro, autor da denúncia contra o vereador Tiguila (PPS), tenha agido a pedido das mesmas pessoas que abordaram Alberto. 
CTRL C X CONTRL V
Ao analisar as duas denúncias, o Correio encontrou muitas semelhanças na formatação dos textos, bem como trechos totalmente iguais, indicando que ambas foram feitas pelo mesmo advogado. Fontes (letras), tamanhos e  disposições iguais. 
Além disso, a partir do parágrafo onde os denunciantes começam dizendo “Nesta linha de raciocínio, podemos conceituar decoro parlamentar…”  até o último trecho, onde pedem o recebimento das denúncias contra os vereadores (páginas 10 a 12 da denúncia contra Tiguila e  páginas 9 a 11 contra Kiko), são exatamente os mesmos. 

Fotos: Arquivo

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