Correio Paulinense

Paulínia, 25 de março de 2025
Ala político-partidária ignorou a corrupção, mas teve protesto contra as consequências causadas por ela

Última atualização em 23 de junho de 2013

[imagem] O Movimento Passe Livre que mobilizou o Brasil nas duas últimas semanas continuará agindo nos bastidores, já que a sua principal reivindicação, a redução na tarifa da passagem de ônibus, foi alcançada nas ruas, não somente em São Paulo, o ponto de partida dos protestos, mas em várias outras cidades que buscaram o mesmo objetivo.
Sem tradição em movimentos populares legítimos, mas experiente em movimentos político-partidários fracassados, “Paulínia” decidiu entrar “na onda” do “Passe Livre” para ver se desta vez a massa tomava conta das ruas e aparecia no Jornal Nacional como a pequena cidade do interior paulista que conseguiu mobilizar 21 mil dos seus quase 100 mil habitantes. Segundo os números divulgados nas redes sociais, principal ferramenta de mobilização popular em todo o país, cerca de mil e duzentas pessoas participaram dos três protestos realizados na cidade, dias 19, 20 e 22. Uma média de 400 pessoas por manifestação. 
Sem poder protestar contra o preço da tarifa local, que custa R$ 1,00, os manifestantes aproveitaram para pedir melhorias na educação, saúde e segurança do município. No Passe Livre nacional, depois da tarifa de ônibus, o tema corrupção liderou os cartazes empunhados pelos manifestantes, que também pediram mais investimentos nas áreas sociais e proteção para a Lei da Ficha Limpa, ameaçada de enfraquecimento e até de extinção,  caso o povo que criou a lei não arregalar bem os olhos para isso.. 
Vasculhando todas as imagens divulgadas pelos “organizadores” dos protestos paulinenses, não encontramos uma cartolina com frases contra a corrupção, desvio de dinheiro público, superfaturamento de obras ou pedindo proteção à Lei da Ficha Limpa. Talvez porque as manifestações paulinenses tinham entre os seus “organizadores” partidários diretos de políticos investigados ou condenados justamente por estes tipos de crimes contra o município.
Os “organizadores” tentaram desvincular as suas preferências políticas das manifestações, mas os discursos pré e pós-protestos provaram que isso era impossível. Como defender com isenção temas que contrariam os interesses dos lideres que apoiam?  Pelo menos nos textos “exclusivos” publicados e nos comentários postados nas redes sociais sobre as manifestações em Paulínia o que se viu, infelizmente, foi um bate-boca com o mesmo baixíssimo nível dos últimos tempos. 
Paulínia tem sim problemas de segurança, saúde e educação há muitos anos e o Movimento Passe Livre foi e continuará sendo uma oportunidade de ouro para a sociedade cobrar melhorias nestes setores, em nível nacional, estadual e municipal. Mas como pedir melhorias sem gritar diretamente contra a corrupção, que destrói o serviço público nacional?
Paulínia foi uma das protagonistas da matéria especial “Brasil – Corrupção nanica, estrago gigante” da conceituada revista Isto É. A publicação denunciou que numa das gestões do ex-prefeito Edson Moura (PMDB) o município pagava R$ 335 mil A MAIS por mês, mais de R$ 4 milhões/ano, por um lote de cerca de 300 remédios. De 2001 a 2008 o município não construiu uma creche, uma escola, uma casa popular, entretanto, gastou-se milhões em obras faraônicas, a maioria denunciada pelo mesmo crime praticado contra a Saúde da cidade: superfaturamento.  É pedir muito para alguém que defende tudo isso empunhar um cartaz contra a corrupção.
Na gestão do atual prefeito Jose Pavan Junior, Paulínia enfrenta sérios problemas em algumas áreas, principalmente na de Saúde, tão castigada pelo passado. Problemas pontuais da Educação e Segurança também pedem socorro e os manifestantes paulinenses deixaram bem claro isso. Bravo! Bravo!  O prefeito Pavan tem consciência das deficiências de seu governo e sabe que precisa agir com rapidez e eficiência para minimizar os problemas que tanto afetam a população.  Sob Paulínia pesa o status de cidade rica, que não poderia jamais, por exemplo, deixar faltar uniformes para os alunos da rede escolar municipal. “Em Paulínia nunca poderia faltar nada”, é assim que pensamos, embora não seja bem assim.
Entre os partidários que “organizaram” ou simplesmente participaram das manifestações em Paulínia estiveram cidadãos realmente lutando por interesses coletivos e não individuais, de pessoas ou grupos. Isto é o suficiente para separarmos o joio do trigo e gritarmos: Paulínia começou a acordar!
Fotos: Reprodução / Internet

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