Correio Paulinense

Paulínia, 29 de outubro de 2024
Acusador “pede dinheiro” para retirar denúncia contra Tiguila

Última atualização em 24 de fevereiro de 2018

O Correio teve acesso a mensagens de texto trocadas por Jurandir Francisco Carneiro e Eleandro Durante, na noite deste sábado (24). O tema da conversa foi a denúncia que Carneiro apresentou na Câmara Municipal, dia 15 passado, contra o vereador Tiguila Paes (PPS). O denunciante manda o seguinte recado para o vereador:  “Eu que (ro) vc (você) fala para o tiguila que se ele me pagar o meu dinheiro com juros eu segunda cedo retiro a denúncia””.  
Na sequência, Carneiro afirma que o vereador sabe que “vai perder o mandato, porque é réu em um processo”, sugerindo que “pagar” pela retirada da denúncia seria um bom negócio para o parlamentar. O denunciante acusa o Tiguila (PPS) e familiares de participação no caso de venda irregular de casas, descoberta pela polícia em outubro de 2015, quando três pessoas foram presas e, atualmente, respondem em liberdade.  
O recado de Carneiro foi transmitido por Durante ao vereador. “Não devo absolutamente nada a este cidadão, pois, nunca fiz qualquer tipo de negócio, lícito e muito menos ilícito, com ele ou com qualquer pessoa de sua família. É mais um crime que ele está cometendo e, certamente, responderá por isso, também”, disse o Tiguila (PPS), que, na semana passada, já havia anunciado uma “queixa-crime” contra Carneiro, pelas acusações na denúncia que tramita na Câmara. 
Segundo um advogado ouvido pelo Correio, pelo ato de ter solicitado pagamento ao vereador, em troca da retirada da denúncia feita na Câmara, Carneiro pode ser enquadrado no crime de Extorsão, artigo 158 do Código Penal. “O vereador tem que representar este cidadão (Carneiro) imediatamente”, disse o advogado. 
O Correio levantou que, ao contrário do que afirma Carneiro em uma das mensagens de texto, a que tivemos acesso, Tiguila (PPS) não é réu em nenhum processo que apura o caso das casas, ocorrido em 2015, e muito menos foi indiciado por qualquer participação no caso. À época, o delegado responsável pelo caso, Marcos Evangelista,  isentou o vereador de qualquer envolvimento (LEIA). Levantamos ,também, que Carneiro sequer foi arrolado como vítima ou testemunha no inquérito policial que apura o golpe das casas, do qual ele diz ter sido vítima e tido um prejuízo de R$ 20 mil.
LEIA AGORA A ÍNTEGRA DA RESPOSTA ENVIADA POR TIGUILA A CARNEIRO 
“Sr. Jurandir, NÃO LHE DEVO NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, pois , NUNCA FIZ NENHUM TIPO DE NEGÓCIO com o senhor e nem com qualquer membro de sua família, especialmente no caso da venda irregular de casas, da qual o Sr. acusa a mim e meus irmãos, de forma covarde e criminosa – calúnia, injúria e difamação, muito bem fundamentadas na “queixa-crime” que o senhor responderá na Justiça.

O que o Sr. me propôs, por meio de Porquinho, que “se eu pagar o seu dinheiro com juros, segunda cedo retira a denúncia”, além de ser ABSURDO, pois, repito NÃO LHE DEVO ABSOLUTAMENTE NADA, pode ser mais um crime que o Sr. está cometendo, o de EXTORSÃO – Artigo 158 do Código Penal. Já relatei o fato aos meus advogados e se eles confirmarem que se trata mesmo de extorsão, não tenha dúvidas que o senhor responderá por isso, também. 

O Sr. deveria ter vergonha de fazer o que está fazendo, VERGONHA. Mas, pelo visto isso o Senhor não tem, pois além de caluniar, injuriar e difamar a mim e minha família, ainda tem a cara de pau de “PEDIR DINHEIRO PARA RETIRAR A DENÚNCIA”. 
Outro lado
O Correio deixou mensagem no Facebook de Jurandir Francisco Carneiro, mas até a publicação desta matéria ele não respondeu. 

Foto: Reprodução

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