Última atualização em 21 de julho de 2013
[imagem] Edson Moura fazendo barba, cabelo e bigode no palco da infraestrutura hollywoodiana (telões de alta definição, som digital, segurança privilegiada, banheiros químicos e comida e bebidas de graça pra todo mundo) foi apenas uma das cenas bizarras, registradas durante as comemorações pela volta triunfal do ex-prefeito, através do filho Edson Moura Júnior, terça-feira (16), em frente ao Theatro Municipal “Paulo Gracindo”. Além de gosto duvidoso, a festa foi caríssima. Quem vai pagar a conta?
Na diplomação e depois na posse dos “dois prefeitos”, o que se viu foi uma verdadeira romaria de candidatos aos cargos de confiança do novo governo municipal chorando e reverenciando, de joelhos, DOIS HOMENS QUE NÃO PASSAM DE SIMPLES EMPREGADOS DO POVO, embora, Moura pai tenha declarado “NÃO TER NASCIDO PRA SER EMPREGADO DE NINGUÉM”. Como assim, Povo Paulinense?
Porém, mais impressionante do que o velho e conhecido estilo prepotente de Edson Moura, foi a rapidez com que vereadores, até então aliados do ex-prefeito José Pavan Júnior, se jogaram no colo do faraônico, numa demonstração pública de fraqueza política e reverência ao “falso faraó”. Repugnante! E o que foi pior: sem Moura precisar sequer oferece-lhes “cem conto ou uma cocada” em troca. .
Nem o fato de Moura Júnior tê-los ignorado literalmente, na cerimônia de posse, impediu que eles cometessem um erro ainda maior: subir no palanque da festa mourista, em frente ao teatro. Resultado: foram vaiados pelo público e humilhados nos bastidores por pai, filho, e a turma de confiança deles. Que degradante! Agora não adianta chorar o leite derramado. Quem quiser, pode pegar uma esponja de aço para tentar limpar a sujeira que fizeram. Será muito difícil, mas não custa tentar.
Inexperiência política, orientação errada, e coragem de enfrentar o poderio dos Moura não podem justificar tamanha lambança. Inexperiência é uma coisa, falta de amor próprio é outra. O erro maior não foi de quem orientou “você tem que ir”, mas sim de quem seguiu a orientação, sem analisar friamente as consequências positivas e negativas da ida. Respeitar os “dois prefeitos” é uma coisa, ter medo deles é outra.
Quem elegeu os Vereadores? Foi Moura? Não. FOI O POVO. Então, por que temê-los? Por que se curvar diante dele e de seu filho a troco de nada? Sem sombras de dúvidas, o respeito (e não medo) deve ser recíproco entre os Poderes Executivo e Legislativo do Município. Agora, o nosso Legislativo não pode deixar de se impor ao novo Executivo e voltar a ser mero “pau mandado” de um ex-prefeito arrogante e ditador, em troca de cargos ou qualquer outro tipo de benefício no governo do filho. Ser aliado é uma coisa, “vender” a alma é outra.
Nunca em sua história, a Câmara Municipal de Paulínia teve uma oportunidade tão grande de mostrar a sua força política e o seu comprometimento, sobretudo, com toda a população paulinense, como está tendo agora. A Justiça Eleitoral permitiu que Moura, ficha-suja confesso (veja o vídeo), retomasse indiretamente o comando da cidade, mas o Legislativo não pode permitir que ele volte a mandar e desmandar na Prefeitura e na Câmara, como sempre fez. A obrigação do Legislativo é fiscalizar o Executivo, aprovar projetos de interesse da população e reprovar aqueles que não são. Não cumprir à risca este papel, nos dias de hoje, é o suicídio político.
A partir do próximo dia 06 de agosto, quando a Câmara volta do recesso, começaremos a conhecer oficialmente quem fará oposição e quem apoiará o governo dos “dois prefeitos”. Os dois lados (oposição e situação) sempre foram e serão importantes para a democracia. Entretanto, aliados e opositores devem agir com inteligência e coerência política. Quem desceu a lenha no atual governo durante a campanha política deve pensar muito bem sobre o que dizer nas próximas “Palavras Livres” da Câmara. Já a dificuldade de quem foi eleito junto com os “dois prefeitos” será justificar o silêncio diante de problemas antes, exaustivamente, explorados por eles na Câmara.
Porém o maior desafio dos Vereadores, aliados ou não, será conseguir explicar a brusca mudança de lado e de comportamento para os seus eleitores. Quem enfiou o pé na jaca, subindo no palanque de Moura, até então adversário, está confiante de que o povo esquecerá rápido e tudo voltará ao normal. Estão errados, outra vez. Hoje, o povo não esquece e sim armazena as informações para usá-las no momento certo.
Foto: Reprodução/Internet
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