Correio Paulinense

Paulínia, 18 de abril de 2024
Pela quinta vez, paciente de câncer no fígado, pulmão e pescoço denuncia falta de Xeloda na rede de Paulínia

Última atualização em 28 de abril de 2014

[imagem] Na última sexta-feira (25), Elisabete da Silva Dossi, de 43 anos, moradora no Parque das Árvores, enfrentou mais uma sessão de quimioterapia no Centro de Oncologia de Paulínia e deveria ter saído de lá com o remédio Xeloda, fundamental no tratamento contra o câncer, que espalhou-se pelo fígado, pulmão e pescoço. “Faço quimioterapia a cada 21 dias e após, durante 14 dias, tomo 70 comprimidos de Xeloda, dois pela manhã e três à tarde. Entretanto na última sessão tomei o remédio lá mesmo, no Centro de Oncologia, e voltei para casa sem ele, que está em falta”, contou a paciente. Segundo Elisabete o remédio custa mais de R$ 2 mil.

De acordo com a dona de casa, a médica Simone Ferreira, que trabalha na sede da Secretaria de Saúde, xerocou a receita do medicamento e prometeu providenciar até o dia de hoje (28), mas até a publicação desta matéria (vide horário no topo) ela ainda não havia recebido o Xeloda em sua casa, conforme prometera a médica. “Não posso ficar sem esse remédio, pois ao romper o ciclo do tratamento o meu quadro se complica. O nosso tempo de sobrevida aumenta quando tomamos a medicação certinha”, explicou a paciente.
Luta
Esta não é a primeira vez que Elisabete denuncia a falta de remédios para o tratamento contra o câncer. “É a quinta vez que falo à imprensa sobre este problema. Todas as vezes eles (a Secretaria de Saúde) resolvem e até me sinto aliviada, achando que não haverá mais problemas, porém, depois tudo volta como era antes. É um absurdo”. 
De tanto reivindicar os seus direitos, inclusive à medicação para tratar a doença, a dona de casa diz que alguns até a chamam de “casca de ferida”. “Eu sou vista assim lá no Centro de Oncologia porque eu brigo, luto pelos pacientes, não luto só por mim. Quando comecei a sair na imprensa foi quando os meus amigos começaram a morrer por falta de medicamento. Eles alegam ser problema de gestão, mas mudou a gestão e a situação está dez mil vezes pior. Tem paciente que usava fralda geriátrica fornecida pela Aupacc, mas eles (a administração Moura Junior) cortaram a subvenção da Aupacc e agora essas pessoas não têm à quem recorrer. É triste, muito triste”, lamentou Elisabete.
Segundo Elisabete, quando Juarez Pires, assumiu a direção do Centro de Oncologia de Paulínia, pediu para os pacientes terem calma, pois eles sairiam de lá para um local “mais chique”. “Não queremos luxo. Queremos que eles não deixem faltar os nossos remédios, imprescindíveis para aumentar o nosso tempo de vida”, desabafou ela.
Nossa reportagem conseguiu falar agora a pouco com o diretor do Centro sobre a falta do Xeloda. “Não sei se o problema já foi resolvido. Nós fazemos o pedido para a Secretaria, que é a responsável por comprar e nos enviar o que solicitamos. Tentarei falar com o pessoal ainda hoje para saber como está este caso, especificamente”, afirmou o médico Juarez Pires. 
Casada, mãe de cinco filhos de 4, 8, 15, 16 e 24 anos, Elisabete morava em Cotia, na grande São Paulo e tratava a doença no Hospital do Câncer da capital. A empresa onde o marido trabalha foi contratada pela Rhodia de Paulínia e a família acabou se mudando para cá. “No começo eu ia de ônibus fazer o tratamento em São Paulo, mas aí depois a minha ginecologista me encaminhou para o Centro de Oncologia de Paulínia”, finalizou ela. 
Foto: Reprodução/Internet

<imagem1>e3411c1aa2be431ffe881e10594a5c20.jpg</imagem1>

<imagem2></imagem2>

<imagem3></imagem3>

<imagem4></imagem4>

<imagem5></imagem5>

<video1></video1>

 

 

Gostou desse conteúdo? Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Rolar para cima