Correio Paulinense

Paulínia, 28 de março de 2024
Morre, aos 76 anos, Gustavo Marcelino, meu pai: “OBRIGADO, PAPAI, POR ME AMAR O TANTO QUE ME AMOU, O QUE FEZ DE MIM O HOMEM QUE SOU”!

Última atualização em 8 de julho de 2016

[imagem] Meus amores, hoje estou tirando forças não sei de onde, para homenagear seu Gustavo Marcelino da Silva, meu pai, que faleceu na noite de ontem (7), em Recife. Ele completaria 77 anos no próximo dia 15 de agosto. Marli, Marilene, Gustavo Junior, Marcos, meus irmãos, e eu estamos arrasados, mas certos de que Deus o poupou de mais sofrimento ainda, pois, além da forte fortíssima infecção, que o matou, ele também estava com câncer na bexiga.


Seu Gustavo era sinônimo de honradez e bom caráter. Membro da Assembleia de Deus, desde criança, foi casado com minha mãe, Dona Santa, falecida há dez anos – os dois, certamente, já se encontraram lá no céu. Assim como minha mãe foi uma mulher de Deus, papai dedicou toda a sua vida à obra da igreja, evangelizando pelos quatro cantos de Pernambuco. Meus irmãos e eu aprendemos com ele valores que levaremos para o resto de nossas vidas. 

Um nordestino, como todos, trabalhador e que levava ao pé da letra a missão de ser pai de família. Sempre fomos muito humildes, mas nunca nos faltou macaxeira com carne de charque, um pão doce com manteiga, um copo de café em nossa mesa. Ele trabalhou cortando cana, em olaria (cerâmica), foi comerciante, dono de loja de roupas e sapatas, e também  feirante em São Lourenço da Mata, minha cidade natal. Eu ainda era criança, mas lembro-me claramente que nos tempos de olaria ele ia trabalhar de bicicleta Caloi. No bagageiro da bicicleta ele levava uma caixa de madeira com vários sanduíches de queijo, feitos por minha mãe. Ele vendia os lanches para os colegas de trabalho, para ajudar no sustento de sua família. Teve uma época que ele montou também uma venda na garagem da nossa casa, onde vendia açúcar, feijão, óleo, queijo coalho e de manteiga, e assim ia mostrando o que é ser um pai de família.

Apesar da baixa escolaridade, sabia ler e escrever. Fazer conta, então, nem se fala. Ninguém enrolava ele. Tinha como o seu maior tesouro, depois da família, o seu nome. Como pastor da Assembleia de Deus conduziu o rebanho a ele confiado com muito amor e carinho. Principalmente os jovens “assembleianos” o tinham como verdadeiro pai. Era um dos mais prestigiados Pastores junto à alta cúpula da Igreja. Neste momento, ele está sendo velado no templo da Igreja Matriz, na minha cidade. 

Mourou em Paulínia, entre 1995 e 1997, no Presidente Médici – amava a city. Voltou para Recife, por conta da minha mãe, cujo problemas ósseos eram agravados pelo clima frio. Mas, durante o tempo que aqui morou fez muitos amigos, fora e dentro da igreja. Prestigiava todos os meus eventos. Por conta da religião, nunca havia entrado em uma casa noturna, até ter ido à antiga Tauá 2000 festejar os meus 35 anos de vida. A rainha da jovem guarda, Vanderléa, cobriu ele e minha mãe de beijos. Foi uma noite inesquecível.

A semana de 13 a 19 de junho, agora, foram os meus últimos dias com ele no leito do Hospital do Espinheiro, em Recife, onde morreu, vítima de infecção generalizada. Como não estava falando, nos dois primeiros ele conversou comigo pelos olhos, mas sorriu ao me ver. No terceiro dia, graças a Deus, ele voltou a falar e me abençoou. Conversamos a sós durante mais de uma hora. No quarto dia, ele foi removido para UTI, com a taxa de diabetes lá nas alturas. Ficou um tempo inconsciente, mas retomou a tempo de, no último dia que o vi, chamar a enfermeira e encher a boca para dizer à ela, todo orgulhoso, que eu era seu filho. Em seguida, com muita dificuldade levantou a cabeça para eu beijar sua careca. Beijei, beijei, e passei um bom tempo coma minha cabeça encostada na dele. Foi assim, que me despedi deste grande homem, meu pai. “PAPAI, OLHE POR MIM E POR MEUS IRMÃOS E CONTINUE NOS ABENÇOANDO SEEEEEMPRE. VÁ EM PAZ, MEU AMOR”!

FIQUEM COM DEUS, MEUS AMORES!

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